O mundo financeiro está a enfrentar um novo choque depois que ontem o Dubai World, maior investidor da cidade-Estado que se catapultou nos últimos anos aos píncaros da modernidade no sector do Turismo, pediu uma moratória de seis meses para a sua dívida, que segundo a imprensa internacional ascende a 60 mil milhões de dólares.
As agências internacionais noticiavam hoje de manhã que os bancos europeus têm estado a ser penalizados nas bolsas pela situação do Dubai World e da sua subsidiária de desenvolvimento imobiliário, Nakheel.
As notícias referem que o conjunto de interesses representados pelo que se tem chamado de Dubai Ink têm um endividamento que atinge os 80 mil milhões de dólares e que já foi o Abu Dhabi, exportador de pretóleo, que no início do ano teve que ir em seu socorro, ficando com dez mil milhões de dólares de obrigações.
Um grupo de análise de risco de crédito no Dubai baseado em Wagington, citado pelas agências internacionais, comentou que o anúncio da moratória não é explícito, mas avançou desde logo que se não for voluntária o Dubai World entrará em default, com repercussões negativas muito graves.
As notícias salientam que a moratória surgiu depois de meses de desmentidos por parte do Dubai de dificuldades causadas pela crise financeira global, que levou a adiamentos no desenvolvimento de alguns dos seus projectos mais emblemáticos, como a ilha artificial em forma de palmeira.
Outros projectos, porém, estão em vias de se concretizarem, como é o caso do edifício Burj Dubai, com mais de 800 metros de altura, que tem abertura prevista há para o próximo mês de Janeiro.
Alguns analistas citados pelas agências internacionais dizem que quase seguramente o Dubai terá que abandonar o modelo de desenvolvimento que tem seguido, assente na promoção imobiliária financiada com forte recurso ao crédito.
Fonte: PressTur