segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A BRA está retornando

Os credores da BRA aprovaram na sexta-feira o plano apresentado por Walter Folegatti, um dos irmãos Folegatti fundadores da empresa, para a companhia retomar os voos, mas agora exclusivamente no segmento charter, noticiou o jornal “O Estado de S. Paulo”.
A BRA foi a última companhia brasileira a operar voos regulares de e para Portugal, baseando-se nomeadamente numa parceria com a terraBrasil, que começou pela realização dos voos charter para o operador português e prosseguiu quando a transportadora passou a fazer voos regulares.
A companhia cessou as operações em Novembro do ano passado e entrou em processo de recuperação judicial (clique para ler: BRA pára de voar a partir de amanhã).
A notícia de “O Estado de S. Paulo” diz que na sexta-feira, reunidos na sede da empresa em São Paulo os credores, entre os quais se contam os bancos Real, Santander, Safra e Sofisa, aceitaram “perdoar” 70% da dívida de 180 milhões de reais da BRA e receber o restante a cinco anos, com três de carência.
Antes desta nova tentativa, Humberto Folegatti, ex-presidente e o outro fundador da BRA, vendeu ao irmão Walter a participação na companhia, que assim passou a deter cerca de 58%.
Os restantes 42% estão na posse do Brasilian Air Partners, um consórcio de sete fundos de investimento, maioritariamente estrangeiros, que um ano antes de a BRA cessar as operações tinha injectado 180 milhões de reais na companhia.
O plano apresentado por Walter Folegatti prevê que a companhia retome a operação com três aviões para voos de médio curso Boeing B737 alugados e segundo a notícia de “O Estado de S. Paulo” o recomeço dos voos está previsto já para Dezembro.
Para isso acontecer, porém, Walter Folegatti precisa de um financiamento bancário na ordem de oito milhões a dez milhões de euros, acrescenta a notícia.
O plano financeiro revelado ao jornal “O Globo” pelo advogado de Walter Folegatti coloca, porém, as necessidades de financiamento bancário em seis milhões de reais e avança que para o seguir o empresário poderá dar em garantia três hotéis.
Esta notícia diz que o investimento para a BRA voltar a voar é de 7,5 milhões de reais, seis milhões dos quais de crédito bancário e 1,5 milhões pela venda de activos.
O regresso da BRA às origens, como companhia de voos charter, foi segundo Walter Folegatti ao “O Estado de S. Paulo”, o factor que levou à alteração de posição dos credores.
Walter Folegatto diz inclusivamente ao jornal “eu não acreditava que os investidores iam topar” e que “se soubesse que seria aprovada, não teria demorado nove meses para apresentar esta proposta”.
A notícia relata que era principalmente Humberto Folegatti que insistia no regresso da BRA como companhia regular e que isso desgastou a relação com o sócios estrangeiros, o que o levou a sair da companhia e vender a sua parte ao irmão.
“O Estado de S. Paulo” avança ainda que a nova BRA “também vai gerar receita com a incorporação” do operador turístico PNX Travel, fundado pelos irmãos Folegatti, que o jornal diz ter visto a sua quota de mercado cair de 25% para 1,5% com a cessação das operações pela companhia aérea.
A notícia levanta a hipótese de a PNX mudar de designação.