segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Diagnóstico dos 65 Destinos Indutores

O Ministério do Turismo (Mtur) quer estruturar os 65 destinos turísticos do País com maior capacidade de induzir o desenvolvimento de uma região. Para isso, promoveu um estudo sobre o nível de competitividade desses destinos. Os resultados das pesquisas-diagnósticas, realizadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com os dados da Capital cearense foram divulgados nesta terça-feira, 2, durante o Seminário Técnico sobre Competitividade nos Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional. A pesquisa, realizada entre novembro de 2007 e fevereiro de 2008, avaliou 13 dimensões consideradas fundamentais para o nível de competitividade de um destino turístico. Destes, Fortaleza obteve média acima das outras capitais do país em oito pontos da pesquisa. Nesses mesmos oito pontos, a Capital cearense apresentou resultados acima da média nacional. Destaque para Acesso (que avalia pontos como transporte aéreo; acessos rodoviários e ferroviários; e sistemas de transportes) que apresentou média de 81,5, contra 69,9 das outras capitais e 58,7 da média do País.

A outra ponta da pesquisa mostra que itens como marketing (com 37,1), aspectos ambientais (44,2) e políticas públicas (47,7) apresentaram as menores médias e, conseqüentemente, estiveram abaixo da média nacional e a das demais capitais brasileiras. "No caso do marketing, isso não é nossa praia (pois diz respeito ao Governo do Estado). Em relação aos outros dois pontos, nós ficamos praticamente iguais com o das outras capitais", comenta o secretário de Turismo de Fortaleza, Henrique Sérgio Abreu, justificando o resultado. Sobre item Acesso, que teve a maior média, Abreu diz que isso não possui grande relevância, tendo em vista que as condições de acesso e transporte na Capital, segundo ele, ainda não são adequadas. "Esse resultado não quer dizer que nesse setor estejamos competitivos, já que precisamos melhorar a qualidade dos nossos portos e, principalmente, das estradas", diz, ao informar que o estudo vai orientar ações que serão importantes, prioritárias e urgentes.

A Pesquisa

"A partir da pesquisa realizada nesses 65 destinos, decidimos retornar a cada um deles e entregar os resultados dos estudos. Dessa forma, nesse seminário estamos explicando a metodologia que foi utilizada, apresentando os resultados e, em seguida, traçando uma priorização das ações", explica Laura Marques, consultora do Mtur. Laura informou que, durante o seminário, os dados da pesquisa foram analisados e validados por representantes do terceiro setor, iniciativa privada e setor público. Além de apresentar propostas para aceleração do desenvolvimento turístico das regiões, o seminário serviu para definir o grupo gestor do processo de competitividade na Capital.

Essa foi a primeira edição da pesquisa, que voltará a ser realizada em 2009 e 2010. A consultora do Mtur afirma que, com a divulgação dos dados da segunda pesquisa, as cidades saberão em que pontos precisarão dedicar mais esforços. "Com essa nova pesquisa (de 2009), cada cidade vai poder ver no que cresceu e no que melhorou a partir da pesquisa inicial", destaca. O próximo passo será dado em outubro desse ano, quando o Ministério do Turismo encaminhará às demandas de todos os seminários para o Congresso Nacional, sendo em seguida repassadas aos parlamentares das bancadas de cada destino.

E-MAIS

> Os 13 pontos avaliados pela pesquisa foram: infra-estrutura geral, acesso, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketing, políticas públicas, cooperação regional, monitoramento, economia local, capacidade empresarial, aspectos sociais, aspetos ambientais e aspectos culturais.

> Os dados da pesquisa, que apresenta escala de variação de 0 a 100, compara os resultados de Fortaleza com os da região nordeste, capitais e não capitais, além dos resultados nacionais.

> A mostra não tem como objetivo realizar um ranking de competitividade entre cada um dos 65 destinos turísticos. Os resultados são apresentados como forma de colaborar na medição de competitividade que tem uma região, como forma de apresentar as prioridades de ações que venham a beneficiar o destino turístico.

Fonte: O Povo