segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Turismo Náutico

 A atuação integrada para a construção de um entendimento comum sobre o Turismo Náutico é o ponto-chave da nova fase do Grupo Técnico (GT) que formula propostas para a ordenação do segmento. Coordenado pelo Ministério do Turismo, o GT reúne representantes de outros cinco ministérios (Trabalho e Emprego, Fazenda, Relações Exteriores, Justiça e Defesa), além da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Receita Federal, entidades de classe, agências reguladoras e iniciativa privada.

 

“O Ministério do Turismo procura identificar oportunidades de fomento da atividade turística do país. Para isso, investe em políticas que proporcionem o real desenvolvimento do setor. O Turismo Náutico é um desses exemplos”, avalia o secretário nacional de Políticas de Turismo, Airton Pereira, que abriu os trabalhos da reunião ocorrida na segunda-feira (1º).

 

Na ocasião, estiveram em pauta as atribuições e competências legais dos órgãos e entidades envolvidas, os principais marcos legais do Turismo Náutico, a necessidade de elaboração de procedimentos-padrão e as normas nacionais para a organização, atualização e fiscalização do segmento.

 

A assessora da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Mara Flora Krahl, ressalta a necessidade de o GT elaborar um plano “macro, visionário e, sobretudo, bem costurado entre todas as áreas” para o segmento. “O turista náutico não está restrito à embarcação. Ele também conhece em terra os atrativos do local visitado. Isso estimula o turismo regional, um dos focos das ações do Ministério do Turismo”, destacou Mara.

 

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), Eduardo Nascimento, os cruzeiros marítimos domésticos na costa brasileira têm grande impacto no turismo interno. “São vários os fatores que fazem deste segmento um meio para a expansão do turismo nacional, como, por exemplo, um litoral favorável à navegação quase o ano todo”. Enquanto a média de crescimento anual do Turismo Náutico no exterior chega a 22%, no Brasil esse número alcança os 25%.

 

Nascimento também destaca o fato de, nos pontos de parada, a visitação abranger mais de uma cidade, o que, segundo ele, movimenta divisas, aquece o turismo regional e aumenta a demanda por produtos e serviços.

 

Encaminhamentos – A próxima reunião do GT está prevista para ocorrer no dia 9 de setembro, às 15h. A gerente de Infra-Estrutura, Transportes e Viajantes em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Karla Baeta, abrirá o encontro com a apresentação do Plano de Ação para o Controle Sanitário em Embarcações de Cruzeiros na temporada 2008/2009.

 

Segundo ela, a idéia é criar um ranking de pontuação das embarcações, o que estimula a credibilidade. “É bom para os navios, que poderão ficar menos tempo em terra, é bom para a Anvisa, pois simplifica o trâmite da inspeção, à medida que incentiva a legalidade dos navios”.

 

A melhoria do controle de tráfego e as escalas nos portos também devem ser abordadas na reunião, assim como o estímulo ao aumento do número de cidades brasileiras que recebem turistas de cruzeiros e a unificação das normas das entidades fiscalizadoras.

 

Turismo Náutico em números - A temporada 2007/2008 de cruzeiros marítimos domésticos somou 396 mil passageiros, o que significa um aumento de 32% em relação à temporada 2006/2007, quando houve 300 mil turistas. Na temporada 2005/2006, esse número estava pouco acima dos 225 mil. Os dados são da Abremar.

 

A entidade estima que aproximadamente 500 mil pessoas embarquem em cruzeiros na temporada 2008/2009. “Embora seja um número pujante, ainda representa pouco frente à riqueza e à diversidade do mercado turístico brasileiro”, diz o presidente da Abremar, Eduardo Nascimento.

 

De acordo com a entidade, o número de escalas nas três temporadas também aumentou: em 2005/2006 foram 298, passando a 415 em 2006/2007 e atingindo 738 na temporada 2007/2008.

 

A temporada 2007/2008 gerou 43,3 mil empregos diretos, segundo a Abremar. Na temporada 2006/2007 foram 32,5 mil e 23,4 mil na temporada 2005/2006.

 
Fonte : Ascom MTur