A procura de voos domésticos no Brasil (medida em RPK = passageiros x quilómetros) cresceu 25,7% em Julho, um dos meses de maior actividade aérea no País, por ser período de férias, e as maiores beneficiárias foram a nova Azul e Webjet e Gol, que tiraram mais de sete pontos de quota de mercado à líder TAM.
Dados de tráfego publicados ontem pela autoridade aeronáutica brasileira (ANAC) indicam que a TAM baixou de 51,09% em Julho de 2008 para 43,15% este ano, ficando com a liderança ameaçada pela GOL/VRG, que passou de 41,94% para 42,88%.
Mas o factor que mais impacto teve na perda de quota de mercado pela TAM foi a entrada em operação da Azul, fundada por David Neeleman, que começou a operar em Dezembro de 2008 e no mês passado atingiu 4,69% do tráfego doméstico total, e, depois, o reforço por parte da Webjet, que passou de 3,17% para 4,52%.
A informação da ANAC mostra que a perda de quota de mercado doméstico pela TAM ocorreu não por decréscimo da procura, mas por um aumento inferior ao crescimento médio da actividade, em 6,16%, enquanto a GOL/VRG cresceu 29% e a Webjet, 79,25%.
Ainda assim, a Webjet foi, entre as maiores, a que teve a queda da taxa de ocupação mais forte, em 9,48 pontos, para 65,99%.
Os dados da ANAC mostram que o crescimento do mercado doméstico em Julho conduziu a uma subida da taxa de ocupação média dos voos em seis pontos, para 72,92%, destacando-se a GOL/VRG, com um aumento de 12,2 pontos, 74,57%.
A TAM ficou abaixo dessa taxa média, em 71,67%, apesar de 1,28 pontos melhor que em Julho de 2008, e a Azul foi a “campeã” das líderes, com 84,9%.
Para o tráfego internacional em companhias brasileiras, os dados da ANAC mostram uma quebra em 10,15% em Julho, que indicia que neste mês de férias os brasileiros terão optado por viagens “dentro de portas”, como já o apontavam as informações sobre cortes de viagens para a Argentina e Chile pelos receios com a pandemia da gripe A(H1N1).
Por companhias, no entanto, os dados da ANAC mostram que a queda se deu por inteiro nas operações da GOL/VRG, que no ano passado por esta época estava a apostar em voos para a Europa que depois cancelou, e que tem uma queda de 61,65%.
A líder TAM, pelo contrário, teve um crescimento de 9,4%, ainda assim abaixo do aumento de capacidade, o que a levou a ter uma operação mais vazia, tendo uma queda da taxa de ocupação em 7,1 pontos, para 74,36%.
Os dados da ANAC indicam que as companhias aéreas brasileiras tiveram no conjunto dos voos domésticos e internacionais um crescimento médio de 14% face a um aumento médio de capacidade em 11,2% e a taxa de ocupação subiu 1,77 pontos, para 72,33%.
O crescimento foi por inteiro pelo desvio do internacional para o doméstico, que em Julho representou 74,3% do tráfego total, quando há um ano representava 67,4%.
Esta evolução foi de novo marcada pela GOL/VRG, que no ano passado tinha 23,86% do tráfego em voos internacionais e em Julho passado apenas teve 8,5%.
A TAM, cada vez mais líder no tráfego internacional, tendo atingido em Julho uma quota de 88,3% do tráfego internacional em companhias brasileiras, teve neste mês 41,4% do seu tráfego total nos voos internacionais, quando há um ano tinha 40,7%.
Em relação aos sete meses de Janeiro a Julho, os dados da ANAC indicam que as companhias aéreas brasileiras estão com um aumento médio do tráfego de passageiros em 2,6%, pelo crescimento em 6,6% nos voos domésticos, enquanto nos internacionais há uma queda de 6,4%.
Fonte: PressTur